segunda-feira, 21 de agosto de 2017

biomimética não indica um design inteligente


Existe uma área da biologia chamada biomimética. Esta área estuda princípios criativos e estratégias da natureza, visando a criação de soluções para os problemas atuais da humanidade, unindo funcionalidade, estética e sustentabilidade.

O princípio da biomimética é utilizar a natureza como um exemplo e fonte de inspiração. Literalmente, A partir de observações sobre a natureza, são desenvolvidas funcionalidades úteis aos humanos.

Então inteligentistas rapidamente utilizaram da biomimética para afirmarem que estamos imitando o design criado pelo design inteligente...
http://www.criacionismo.com.br/2016/05/biomimetica-ciencia-inspirada-no-design.html?m=1
http://tdibrasil.org/index.php/2016/04/08/serie-biomimetica-imitando-o-design-na-natureza/

Indo por outro lado, pegue o exemplo da banana:
 "Os defensores do design inteligente usam a argumentação de que a banana, um alimento tão perfeito ao consumo humano, não só em conteúdo mas também em sua apresentação, disponibilidade, facilidade de colheita e até na remoção de uma casca, tem de ser fruto de um design inteligente (como se não o fosse adequada para a imensa maioria dos primatas, em exato acordo com a teoria da evolução) e desprezando que a atual forma da banana é fruto de seu aperfeiçoamento pelo humano, até se chegar na sua atual variedade ótima (e extremamente variável, em mais uma prova do não fixismo das espécies no tempo e da geração de diversidade a partir de uma espécie inicial) [...] Certa vez, ao enfrentar uma defensora do “argumento da banana”, que afirmava: “It fits in your hand, it fits in your mouth” (ela cabe na sua mão, ela cabe na sua boca), Matt Dillahunty, da Atheist Experience, respondeu: “It fits in your butt. do you think that was the intended purpose?” (Ela cabe em seu traseiro. Você pensa que este era o propósito pretendido?). O argumento é até grosseiro, mas expressa exatamente que a adequação a qualquer medida do corpo humano que nos seja útil permite a mesma argumentação para o que não seja adequado."

Da mesma forma, consideremos o argumento de Francis Collins em seu livro "A Linguagem de Deus":
  1. Um relógio de pulso é complexo. 
  2. Um relógio de pulso teve um planejador inteligente. 
  3. A vida é complexa. 
  4. Portanto, a vida também teve um planejador inteligente. 
No entanto, o fato de dois objetos partilharem uma característica (complexidade) não significa que compartilhem todas. Considere, por exemplo, o argumento paralelo a seguir:
  1. A corrente elétrica na minha casa é formada por um fluxo de elétrons. 
  2. A corrente elétrica vem da empresa de energia elétrica. 
  3. Relâmpagos são formados por um fluxo de elétrons. 
  4. Portanto, os relâmpagos vêm da empresa de energia elétrica.
O fato de, a natureza ter um design não implica de ter um designer que a conduz. Caso fosse, o que Dawkins chama de Misojeno e Mesquinho, esse seria o designer do designer inteligente. Mas a natureza apresenta formas -lgumas grotescas a meros caprichos humanos- lapidadas pela seleção natural.
"Na natureza nada se cria, tudo se transforma"
Antoine Lavoisier

3 comentários:

  1. Um relógio de pulso é complexo.
    Um relógio de pulso teve um planejador inteligente.
    A vida é complexa.
    Portanto, a vida também teve um planejador inteligente.

    É mesmo?
    Digamos que atrás do relógio (que Dawkins chamou de 'cego') tivesse um designer e este resolvesse planejar e criar não um, mas vários deuses?

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  2. A corrente elétrica na minha casa é formada por um fluxo de elétrons.
    A corrente elétrica vem da empresa de energia elétrica.
    Relâmpagos são formados por um fluxo de elétrons.
    Portanto, os relâmpagos vêm da empresa de energia elétrica.

    Isso é só brincadeirinha ou é idiotia planejada?

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  3. Existe uma área da biologia chamada biomimética.
    Deve existir, sim, uma ideia esquizofrênica de algum aloprado, mas 'biomimética' existe só na cabeça de quem quer imaginar.

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