segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

A PSEUDOCIÊNCIA DO DESIGN INTELIGENTE


Em uma Carta ao Editor publicada em 2015 por Everton Fernando Alves é defendido o Design Inteligente, o que causou furor para os adeptos do DI. Interessante observar, que Everton contraria muitos "fanáticos toddynhos" que adotam o criacionismo da terra jovem e design inteligente, pois ele reconheceu que processos evolutivos acontecem e que são observáreis. Só falta fazer como Michael Behe e aceitar a ancestralidade comum de uma vez por todas:


No tal artigo de Everton, é notável que ele é enviesado, pois se conferirmos suas fontes, é como se a Ciência estivesse institucionalizada pelo Discovery Institute (instituição que defende o design inteligente).

Os evolucionistas ficaram muito acomodados por seus privilégios nas universidades. Enquanto alguns adeptos do design inteligente criaram diversas paginas e sites, com isso, estão fazendo verdadeiramente um desserviço à Ciência, patrocinando alegações falaciosas como: "A Evolução vai contra a Segunda Lei da termodinâmica". Estão utilizando a ignorância da população e com isso estão ganhando mais adeptos. Isso é perigoso para a comunidade científica, pois assim ela vai perdendo credibilidade com a população. Na Europa por exemplo o criacionismo esta crescendo mais e mais. Quando a população é tomada por achismos, episódios como o de Galileu é iminente.

"Se 9% ou 99% da população aceitar Evolução é irrelevante; A verdade não é uma democracia"

Mas agradeço aos "inteligentistas" pelo belo trabalho em mostrar aos cientistas o que falta ainda ser explicado (o "como" a qual o DI não esta comprometido). Explico... Textos e mais textos são escritos por "inteligentistas" afirmando "olha a evolução não conseguiu explicar isso". Esses textos são ótimos! Pois nos mostram de forma poética o que os cientistas ainda precisam deixar claro (Não é sempre que existe um texto bem lúcido nos mostrando de mão beijada o que ainda devemos explicar). Porém, afirmações posteriores como "logo foi o design" é apelo à ignorância!


Como este artigo escrito por Marcio na Folha de S. Paulo diz, os evolucionistas estão numa zona de conforto e elogia os poucos blogs existentes em favor da integridade da Teoria da Evolução.

Pois bem, depois de um longo tempo, Rafael Nicolaidis publicou um artigo na Clinical & Biomedical Research em resposta ao Everton, disponível no original aqui.

ARTIGO:
"A Clinical & Biomedical Research publicou uma carta muito interessante em sua última edição. O autor apresenta a teoria do “design inteligente” (DI), definindo-a como “uma teoria científica que defende que certas características do universo e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente ao invés de processo não direcionado, como a seleção natural”

Mas seria mesmo o DI uma teoria científica? Uma teoria científica não é um mero palpite ou uma simples achismo: pressupõe uma ou mais hipóteses testadas empiricamente através de experimentos. A seleção natural é uma teoria científica. O DI, por outro lado, não pode ser considerada uma teoria científica, já que não existe maneira de verificar experimentalmente sua afirmação central, a existência de um “Criador”. Os proponentes do DI frequentemente utilizam a dualidade de significados da palavra “teoria” (coloquial versus científico) para afirmar erroneamente que o DI é uma teoria científica, ou ainda que a seleção natural é “apenas” uma teoria.

Alves afirmou que “cada vez mais adeptos têm-se unido à comunidade pró-design”, citando como referência o documento “A Scientific Dissent from Darwinism” , um abaixo-assinado que, em 2007, após 6 anos de existência, continha aproximadamente 700 assinaturas, entre elas as de cientistas falecidos e muitos pesquisadores de áreas sem relação com as ciências da vida. Em contraste, uma contrapetição intitulada “A Scientific Support for Darwinism” obteve, durante apenas quatro dias de 2005, assinaturas de 7.733 cientistas .

Os defensores da ideia do DI usam a falácia da “complexidade irredutível”, argumentando que funções ou órgãos complexos, como um olho ou o flagelo de uma bactéria, não seriam explicáveis dentro do paradigma da seleção natural, por dependerem de múltiplos componentes (e consequentemente múltiplas mutações) que não poderiam ter surgido simultaneamente e que, individualmente, não confeririam vantagens adaptativas. Essa teoria já foi testada (conforme o método científico) e refutada através de modelos computacionais que demonstraram que o mecanismo de seleção do mais apto é capaz de gerar sistemas de alta complexidade. A “complexidade irredutível” do olho já foi reduzida através de demonstrações fósseis de sua evolução . Pesquisadores também propuseram caminhos evolucionários viáveis para sistemas considerados irredutíveis pelos criacionistas, como o flagelo de uma bactéria .

Curiosamente, uma busca na base de dados MeSH da NCBI (National Center for Biotechnological Information) por “Intelligent Design” gera o seguinte resultado: o MeSH “Religious Philosophies”10.

Alves conclui a sua carta pedindo “uma mente aberta” aos corpos editoriais dos periódicos científicos, característica realmente desejável, mas que não deve servir para deixarmos de lado os princípios fundamentais da ciência."

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