quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A EVOLUÇÃO POR DARWIN E MENDEL


Neste texto iremos ver como [1]a Teoria da Evolução formulada por Charles Darwin necessitava de uma explicação genética da hereditariedade, [2]a descoberta desta explicação por Gregor Mendel a partir de uma biografia sua e [3]de que forma esta descoberta complementa a Teoria da Evolução Biológica de Darwin-Wallace

TEXTO 1

A EXPLICAÇÃO INCOMPLETA DA EVOLUÇÃO POR DARWIN

Darwin então argumenta que o processo de "seleção doméstica" ou "seleção artificial" oferece um modelo para o mecanismo que ocorre na natureza. A "variação sujeita à domesticação" é apresentada como análoga à "variação sujeita à natureza". O processo de "seleção natural" é explicado como acontecendo dentro da ordem natural de modo análogo a um processo conhecido, familiar aos criadores ingleses e horticultores: "Da mesma forma como o homem pode produzir e certamente produziu grandes resultados através de seus metódicos e inconscientes meios de seleção, por que a natureza não poderia fazê-lo?". 
A teoria de Darwin possui um considerável poder explicativo — uma qualidade reconhecida na ocasião por muitos, mesmo por aqueles que estavam preocupados com as implicações que suas idéias poderiam ter para o lugar da humanidade dentro da natureza; embora houvesse um sério problema com a teoria. Como a natureza "memorizava" os novos desenvolvimentos e os "transmitia"? Como a geração seguinte poderia "herdar" as características de sua antecessora? Por qual mecanismo os novos desenvolvimentos seriam passados para as gerações futuras? Os contemporâneos de Darwin em geral criam que as características dos pais eram "misturadas" ao serem transmitidas à descendência. Mas, se era assim, como uma única mutação poderia ser difundida ao longo de uma espécie? Ela acabaria diluída a ponto de não representar nada, como uma gota de tinta num balde de água. Parecia que a hipótese evolutiva de Darwin estava em dificuldades genéticas. A variação simplesmente se diluiria. Uma nova característica seria como uma colher de chá de tinta branca misturada num barril de melaço preto: desapareceria de vista. 
Darwin possuía completa consciência da necessidade de uma abrangente explicação dos mecanismos de hereditariedade. A teoria que ele desenvolveu (conhecida como "pangênese") se baseava em "gêmulas" hipotéticas — partículas minúsculas que de alguma maneira determinariam todas as características do organismo. As "gêmulas" nunca haviam sido observadas, não obstante, Darwin defendeu ser necessário propor sua existência a fim de dar sentido aos dados observacionais que dispunha. Em cada célula de um organismo e até mesmo em partes das células, seriam produzidas gêmulas de um tipo específico correspondente à célula ou à parte dela. Elas seriam capazes de circular por todo o corpo e entrar no sistema reprodutivo. Todos os espermas e óvulos conteriam tais gêmulas hipotéticas, que seriam assim transmitidas à próxima geração. Foi uma solução engenhosa, embora não estivesse correta.A teoria de Darwin vacilava, necessitando de uma teoria genética plausível.Os mecanismos da hereditariedade.

Sem que Darwin soubesse, os assuntos que para ele estavamsendo tão problemáticos naquele momento eram investigados em um jardim de um tranqüilo monastério na Europa Central.

O DEUS DE DAWKINS
Alister Mc Grath, pág. 35 à 37

TEXTO 2

O FUNDADOR DA GENÉTICA


A Genética é um ramo da Biologia que possui grande importância para a humanidade. Graças ao estudo da Genética, ocorreram avanços na medicina, pecuária, agricultura e outras áreas do conhecimento. Conheça um pouco da história do fundador da Genética, o padre agostiniano que foi um dos maiores cientistas da história: Gregor Johann Mendel.

O texto a seguir é uma tradução parcial do original em inglês disponibilizado no endereço eletrônico da Universidade de Villanova (Estados Unidos), segue o link: http://www1.villanova.edu/villanova/president/university_events/mendelmedal/aboutmendel.html

Sobre Gregor Johann Mendel, O.S.A.

Gregor Johann Mendel nasceu em 22 de julho de 1822 na região da Moravia, atualmente República Tcheca. Ele frequentou escolas locais e, em 1843, entrou na Ordem Agostiniana no Mosteiro de Santo Tomás de Brünn. Ele começou seus estudos teológicos no Colégio Teológico Brünn e foi ordenado sacerdote em 6 de agosto de 1847.

A Ordem Agostiniana foi criada na Morávia em 1350, e no tempo de Mendel, o Mosteiro de Santo Tomás era um centro de interesse criativo nas ciências e na cultura. Seus membros incluíam filósofos bem conhecidos, um musicólogo, matemáticos, mineralogistas e botânicos que estavam fortemente envolvidos na pesquisa científica e no ensino. A biblioteca era magnífica e continha manuscritos preciosos, bem como livros didáticos que tratavam de problemas nas ciências naturais. O mosteiro também tinha uma coleção mineralógica, um jardim botânico experimental e um herbário. Foi nessa atmosfera, escreveu mais tarde Mendel, que sua preferência pelas ciências naturais foi desenvolvida.

Mendel o professor

Após sua ordenação, Mendel foi designado para tarefas pastorais, mas logo se tornou evidente que ele era mais adequado para o ensino. Em 1849, ele foi designado para uma escola secundária na cidade de Znaim e foi bem recebido pelos alunos. Quando ele tomou o prestou o exame para a certificação do professor, no entanto, ele falhou. Reconhecendo que Mendel era em grande parte autodidata, um dos seus examinadores recomendou que fosse enviado para novos estudos nas ciências naturais. O abade concordou, e Mendel foi enviado à Universidade de Viena para melhorar sua preparação para o reexame. Mendel passou dois anos em Viena (1851 - 1853), onde participou de palestras e seminários em ciências naturais e matemática. Foi lá que ele adquiriu as habilidades de pesquisa empírica, metodológica e científica que ele deveria aplicar às suas investigações posteriores. Mendel voltou a ensinar em Brünn em 1854, mas quando, dois anos depois, ele tentou novamente o exame de certificação estadual, ele ficou doente, muito provavelmente como resultado da ansiedade do teste e retirou-se. Ele não prosseguiu o exame, mas continuou a ensinar a tempo parcial e dedicar-se à pesquisa.

Mendel o Pesquisador

Mendel começou suas experiências logo após seu retorno de Viena. Usando trinta e quatro tipos diferentes de ervilhas do gênero Pisum que foram testadas quanto à sua pureza genética, ele tentou determinar se era possível obter novas variantes por cruzamento. As ervilhas foram cuidadosamente escolhidas porque a polinização poderia ser facilmente controlada e, normalmente, as plantas de ervilha são auto fertilizantes. Sua pesquisa envolveu um planejamento cuidadoso, exigiu o uso de milhares de plantas experimentais e prolongou-se ao longo de sete anos. Mendel estabeleceu dois princípios de hereditariedade [...] provando assim a existência de unidades elementares de hereditariedade emparelhadas e estabelecendo as leis estatísticas que as regem. Ele se tornou o primeiro a entender a importância de uma pesquisa estatística e a aplicar um conhecimento de matemática a um problema biológico.

As descobertas de Mendel sobre a hibridização vegetal foram apresentadas em duas palestras da Sociedade para o Estudo das Ciências Naturais em Brünn em 1865. Seu artigo, Versuche über Pflanzen-Hybriden ("Experimentos em Hibridação de Plantas") foi publicado nos Procedimentos da sociedade em 1866 que enviou para 133 outras associações de cientistas naturais e para as bibliotecas mais importantes em diversos países. Mendel correspondia com Karl von Nӓgeli, que o encorajou a realizar sua próxima série de experimentos [...].

[...] Ele também continuou a realizar pesquisas em horticultura, apicultura, meteorologia e astronomia.


Texto disponível em: 
http://hisciencia.blogspot.com.br/2017/09/o-fundador-da-genetica.html


TEXTO 3

COMO A GENÉTICA DE GREGOR MENDEL TORNOU A TEORIA DA EVOLUÇÃO DE DARWIN MAIS PLAUSIVEL?


"A partir de sua pesquisa, Mendel pôde formular três princípios fundamentais que pareciam governar a hereditariedade:
1. A herança de cada característica — como a cor da flor ou da se mente — parece ser determinada por certas unidades ou fatores que são passados para os descendentes.
2. Uma planta individual herda uma determinada unidade de cada pai para cada uma dessas características.
3. As características que não aparecem em certo indivíduo podem, no entanto, serem passadas para uma geração posterior.

Mendel propôs assim uma teoria da "herança particulada", na qual as características eram determinadas por unidades discretas de herança que seriam passadas intactas de uma geração a outra. Mutações adaptativas poderiam se difundir lentamente por uma espécie e nunca seriam "misturadas", conforme algumas teorias genéticas contemporâneas asseguravam. As implicações evolucionistas da descoberta eram consideráveis. A teoria da seleção natural de Darwin, constituí-da de pequenas mutações através de longos períodos de tempo, ficara muito mais plausível de repente.
[...]
No entanto, é de especial interesse o fato de que Mendel possuía uma cópia de A origem das espécies de Darwin,18 com a seguinte passagem assinalada com linhas duplas na margem, mostrando claramente a considerável importância que tinha para ele:
O leve grau de variabilidade em híbridos do primeiro cruzamento ou na primeira geração, em contraste com a sua extrema variabilidade nas gerações seguintes, é um fato curioso que merece atenção.

Conforme o mais importante biógrafo de Mendel indicou, tal curiosidade não permaneceria misteriosa por muito tempo: "Mendel deve ter sentido certa satisfação ao pensar que sua teoria em breve poderia explicar esse fato curioso". Mendel parece ter apreciado a importância das próprias idéias para Darwin. No entanto, Darwin; até onde se sabe, não conheceu as idéias de Mendel, nem suas implicações de grande alcance para a própria teoria.
O próprio Dawkins observa que as coisas teriam sido muito diferentes se Darwin tivesse conhecido esses resultados. Ele sugere que "Mendel talvez não tenha percebido o significado de seus resultados, caso contrário poderia ter escrito a Darwin". Sou inclinado a suspeitar que ele percebera sim, como indica a inusual marca sobre aquela passagem em A origem das espécies, mas sentiu que já havia feito o suficiente ao dar publicidade a seus resultados. Afinal de contas, ele era um monge e, conseqüentemente, pouco disposto a qualquer autopropaganda adicional. Em todo caso, seu tratado foi relacionado em várias e importantes fontes britânicas antes de 1881. 

O DEUS DE DAWKINS 
Alister Mc Grath, pág. 35 à 37

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A síntese evolutiva moderna (ou, neodarwinismo), fundamentada pela Teoria da Evolução Biológica e pela Genética é frequentemente colocada ao lado do naturalismo, sendo descreditada. Recomendo por isto, a leitura deste texto.

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