sábado, 26 de agosto de 2017

OS CONSERVADORES NÃO DEVEM QUERER IMPOR A MORAL POR MEIO DO ESTADO!


Sendo simpatizante do liberalismo econômico, ideologia em que concentra a maior defesa dos 3 direitos naturais e inalienáveis dos seres humanos(o direito a vida, a liberdade e a propriedade privada), e ao livre mercado, me identifico assim contra qualquer ideia que queira restringir direitos individuais, como por exemplo, um estado babá, ou Estado papai, e na pior hipótese, a de um estado totalitário. Leiam este artigo. Nele é dito resumidamente isto:
"Não importa se esse vasto poderio estatal será manuseado por alguém como Bolsonaro (seu maior temor do momento) ou por algum outro "direitista": o fato é que, em algum momento, alguém que vocês desprezam irá controlá-lo. E ele poderá ser utilizado contra vocês.

O que nos leva à primeira lição básica: jamais endossem um poder estatal que vocês não gostariam de ver sendo controlado pelo seu pior inimigo. Nos EUA, os progressistas, em breve, aprenderão esta dolorosa lição."
No podcast "Cristianismo e Moral" do BTCast é ensinado como o movimento religioso pietista na Alemanha deu uma base para que cristãos devam moralizar e impor seus costumes na sociedade. Recomendo o filme "Àgora" sobre a vida de Hipátia de Alexandria, considerada a primeira cientista mulher. Na época em que se passa, o cristianismo passou de religião intolerada para intolerante, após sua institucionalização pelo Império Romano governado por Constantino. Uma conduta [dentre várias] a não ser seguida por quem se considera cristão, baseado nesse filme, é a imposição da fé, que consequentemente gera a intolerância! Ainda não encontrei algo na Bíblia dizendo para "cristianizarmos o mundo", se tentarmos isso, logo praticaríamos a intolerância contra pessoas de outras denominações, com outras religiões ou com quem não tem religião alguma e o tão falado "amor ao próximo" não seria praticado, como é auto-evidenciado na religião islâmica.
Leia também: 
http://devaneioscosmico.blogspot.com.br/2016/12/mansidao.html

Afirmo igualmente à ideologia que a prossegue, o conservadorismo não deve impor costumes ou moralizar a sociedade utilizando o aparelhamento Estatal! Nas páginas 103 e 104 de "As Ideias Conservadoras", João Pereira Coutinho, autor do livro, defende o mesmo posicionamento:
"Será possível ser um conservador em política e um radical em todo o resto? A pergunta pertence a Michael Oakeshott em "On Being Conservative", e ela continua a causar surpresa em certos gostos, para quem o conservadorismo político se confunde com outros tipos de comportamentos sociais, artísticos, pessoais etc.

Repito e concluo: o presente ensaio é um ensaio político, não estético ou psicológico. E, politicamente, o que deve interessar a um conservador é definir, como defende Oakeshott, a específica (e limitada) vocação de um governo: aquilo que ele pode e deve fazer, mas sobretudo aquilo que ele não pode nem deve fazer.

E o que um governo conservador não pode nem deve fazer é "impor atividades substantivas" sobre terceiros, como se a vida alheia pertencesse a um dono sem rosto. De um governo conservador espera-se, antes, que seja capaz de garantir "a provisão e a custódia de regras gerais de conduta" que permitam a terceiros perseguir os objetivos que entendem. A atividade política não pode ser o pretexto ideal para cumprir um projeto particular, qualquer que ele seja e por mais nobre - em teoria - que seja.
Os projetos particulares pertencem, precisamente, aos particulares. Como afirmaria T. S. Eliot, o motivo pelo qual não existem "causas ganhas" em política é porque também não existem "causas perdidas": para um conservador, o imperativo da continuidade é mais importante do que a promessa de que algo irá triunfar.
Respondendo à pergunta de Oakeshott, é perfeitamente possível ser um conservador em política e radical em todo o resto. Aliás, a tentação final deste ensaio seria simplesmente dizer que a única forma de "vivermos e deixarmos viver" pressupõe a inexistência de radicais a governar-nos. "Nós toleramos monomaníacos, é o nosso hábito fazê-lo", afirma Oakeshott, "mas por que motivo devemos ser governados por eles?".

Eis talvez o mais importante princípio de uma sociedade política tolerável: evitar que o poder seja exercido por monomaníacos."
A ideia de que um Estado pode mandar em seus gostos e prazeres é o que justifica o problema ético da existência do Estado (o quarto da lista do vídeo "4 motivos porque governos não funcionam" do Ideias Radicais):
Este é o maior problema insuperável pelo Estado. Que direito outra pessoa tem de governar sua vida, sem consentimento? Quem pode conceder este direito? Em última análise o argumento do governo é que os humanos que o coordenam são superiores a você, e não existe maneira de escapar esta presunção lógica ao defender o Estado. 
Logicamente, todos os humanos são iguais, ou seja, você tem direito a absoluto controle da estrada da sua vida, e qualquer um que entre nela é um invasor!

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