segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A PERSPECTIVA CÓSMICA É NIILISTA?


As interpretações de evidências, físicas e matemáticas, geológicas, paleontológicas, genéticas, e lógicas-racionais dizem: Somos um primata, que adquiriu a capacidade cognitiva de racionalização, em um planeta chamado Terra, onde existem outros 7 planetas (mais o planeta anão, Plutão), inóspitos, que orbitam uma estrela própria chamada Sol. 

  O Homo Sapiens tem mais 200 milhões de anos de existência desde que que a modificação em nosso material genético nos impediu de procriar com nosso ultimo ancestral símio. Esse processo se deve à seleção natural, teoria formulada por Charles Darwin, e seu propósito é tornar as espécies mais aptas ao meio em que vivem, o que inevitavelmente leva à especiação: surgimento de outra espécie. Em uma escala temporal de 24h 
da evolução da terra(utilizar um relógio e contar em apenas um dia tudo o que já aconteceu), nós, os seres humanos, só surgimos nos ultimo dois minutos: (Leia Mais)


  • Até as 3h da manhã, tudo o que aconteceu foram bombardeios de meteoros e outros corpos celestes;
  • A origem da vida só foi acontecer uma hora mais tarde;
  • Os fósseis mais antigos já encontrados pelo homem datam das 5h36;
  • Das 6h às 13h52, ocorreram várias formações de jazidas de ferro e outros minerais;
  • Às 14h08, as primeiras algas unicelulares começaram a surgir;
  • Somente quatro horas mais tarde a evolução permitiu a reprodução sexuada;
  • Por volta das 20h28, chegaram as macroalgas e, 20 minutos depois, as águas-vivas;
  • Mais tarde, às 21h04, surgiram as trilobitas (artrópodes);
  • Somente às 21h52 foram encontradas as primeiras plantas terrestres;
  • Carvão de pântano chegou às 22h24;
  • Dinossauros deram seus primeiros passos na Terra às 22h56;
  • Os mamíferos fizeram o mesmo às 23h39;
  • Nós, os seres humanos, só surgimos às 23h58min43s.
Nosso planeta abriga, mais ou menos, cerca de 8,7 milhões de espécies de seres vivos. (Leia Mais)

Para efeitos comparativos:




  O planeta Terra, tem seu próprio satélite natural, chamado Lua, que foi, milhões de anos atrás, um planeta chamado Theia. Esse planeta, que tinha, mais ou menos o tamanho de Marte, colidiu com a Terra, os destroços formaram um anel sobre a Terra que, por instabilidade gravitacional, acabaram por se juntarem novamente e formar a Lua. (Leia Mais)  

  Júpiter, com seus 71492 km, 11 vezes maior que o raio do nosso planeta, que tem seus 6378 km. Possui 69 satélites naturais, que provavelmente eram corpos celestes errantes, e Júpiter, com sua atração gravitacional enorme, acabou por atrai-los. Para se ter um ideia da força gravitacional que seu peso causa no espaço-tempo, Júpiter não orbita o Sol! Na verdade, de "tão grande para os padrões do nosso sistema solar [2,5 vezes mais pesado do que todos os outros planetas juntos], que o centro de gravidade entre o corpo celeste e o Sol não fica dentro da estrela central, mas em um ponto no espaço, localizado fora da superfície do Sol." Este ponto é chamado de baricentro. (Leia Mais 1 e 2)



  Estimasse que há um buraco negro no centro de qualquer galáxia. Nossa estrela, chamada Sol, muito provavelmente, então esta orbitando neste exato momento, m objeto que é tão massivo, que nada pode escapar de sua atração gravitacional, nem mesmo a Luz. E é este monstruoso objeto que da forma a nossa galáxia, chamada Via Láctea, onde abriga, estima-se, entre 200 a 400 bilhões de outras estrelas como ela, ou quase, já que a maior estrela da constelação é uma hiper-gigante vermelha, chamada Westerlund 1-26, ela brilha 330 vezes mais e é 1,5 maior do que o Sol. (Leia Mais)

...

Pode até parecer niilista(
sem propósito e sem sentido) esta visão. Por uma perspectiva MACRO do Universo, ele aparentemente é desordenado e sem propósito. Porém, esta imagem é somente uma miragem, pois a realidade esconde um Universo ordenado e cheio de propósito. O Universo MICRO das partículas e das leis matemáticas das constantes cosmológicas a realidade é altamente ordenada e bem ajustada. 
  O astrofísico Alexandre Zabote, neste artigo, diz que o universo tem uma finalidade, um propósito, e defende: 

[...] bem sabemos que para a Ciência moderna a aleatoriedade é um fator muito importante. Aleatoriedade não é acaso. Acaso é aquilo que não tem propósito, enquanto a aleatoriedade é a incapacidade de dizer quando ou como um fenômeno irá ocorrer. Essa incapacidade pode ser por falta de conhecimento nosso, como na Teoria do Caos, ou por uma indeterminação própria da natureza, como na Física Quântica ou nas mutações genéticas. Um decaimento radiativo é aleatório porque o instante em que vai acontecer não poder ser previsto, mas ele não acontece por acaso, tem uma finalidade: estabilizar o núcleo atômico.
Na teoria evolutiva de Darwin somos capazes de extrair um fundamento, por exemplo, contra a escravidão. O professor de física teórica, Marcelo Gleiser, escreveu em seu artigo para Folha de S.Paulo, apresentando as ideias do livro "A Causa Sagrada de Darwin":
Em seus livros "A Origem das Espécies" e "A Origem do Homem e a Seleção Natural", Darwin argumenta por uma origem comum da vida. Sendo assim, existe uma irmandade entre todos os homens, o que torna a escravidão um crime absurdo.
Ironicamente, Marcelo Gleiser escreveu um livro chamado "Criação Imperfeita", onde disserta a partir de uma visão macro, por tanto falha, das imperfeições no universo, o que nos levaria a crer que seria auto-evidente sua falta de proposito. Esta visão a partir do Universo MACRO é falha, por que o aparente não é o real, mas oculta a realidade com propósito. Além de, o Universo MACRO, ser consequência do Universo MICRO, onde é evidentemente ajustado. 

"No seu livro "A Criação Imperfeita", o físico brasileiro Marcelo Gleiser critica os neo-ateístas Richard Dawkins e Sam Harris, que "tiraram deus do povo sem pôr nada no lugar". Gleiser tenta pôr a Natureza (com ‘n’ maiúsculo) no lugar do Deus judaico-cristão, mas isso acaba entrando em contradição com outros pontos dentro de seu próprio livro: para ele a ausência de intenção e de algum sentido “superior” marcam a Criação. O único sentido para a vida seria o que nós podemos dar a ela." Porém,"Nós sabemos que o Universo opera perante certos princípios, e estes princípios podem ser expressos em algo que nós chamamos de linguagem matemática. É incrível notar que existem certos números dentro dessas relações matemáticas conhecidos como "constantes fundamentais". Essas constantes fundamentais, segundo o ateísmo, deveriam possuir valores totalmente arbitrários. Entretanto, elas possuem valores perfeitamente ajustados para que o Universo não entre em colapso..." David Souza

Que constantes são essas? Essas:


O astrofísico Neil de Grasse Tyson tem uma objeção contra essa ideia: 
"A maioria dos lugares do universo matariam a vida - instantaneamente! As pessoas dizem, 'Oh, as forças da natureza são certinhas para a vida.' Desculpe-me. Basta olhar para o volume do universo onde não se pode viver. Você vai morrer instantaneamente".
O filósofo e teólogo, William Lane Craig responde:
"Eu suspeito que o que está por trás da objeção de Tyson é o erro comum de pensar que o termo "sintonia fina" significa "projetado". Porque vastas regiões do universo são hostis à vida, infere-se que o universo não foi projetado para a vida. Até mesmo esta inferência não segue, mas não importa. O ponto mais importante é que "finamente ajustado" não significa "projetado". Isso faria com que a inferência do design fosse uma mera tautologia. Em vez disso, a sintonia fina é o fato neutro quea fim do universo permitir a vida as constantes e quantidades fundamentais devem cair em uma faixa incompreensivelmente estreita que permite a vida. Esse fato não é negado pelo fato de que vastas regiões do universo não apresentam as condições adicionais suficientes para a vida. A pergunta, então, tornar-se como essa sintonia fina é melhor explicada."
As mutações genéticas são aleatórias e por conta disso, apontam o processo da evolução como fruto do "acaso", sem propósito. O astrofísico Alexandre Zabote também responde a isso:
não há consequência lógica entre “aleatoriedade na mutação” e “aleatoriedade das espécies”. O propósito de Deus está em ter criado um mundo que tem leis naturais que invariavelmente conduzem ao universo como conhecemos hoje. Se as mutações genéticas são aleatórias, as leis físicas não são e conduzem a natureza para um fim específico, em última análise desejado por Deus, que é o criador destas leis. Uma analogia pode ajudar a compreender esta visão. Imagine um estádio de futebol lotado onde explode uma bomba que faz as pessoas quererem sair do estádio. Cada indivíduo é livre para correr na direção que quiser. De fato, un0s correm para a saída e outros não. Ou porque estão perdidos ou porque acham que podem ser pisoteados no tumulto, não se sabe. No final a maioria das pessoas se salvaram. Foi o acaso ou foi porque as pessoas têm uma tendência natural de procurar a saída e o engenheiro pensou nos possíveis canais de fuga quando construiu o estádio? 
Seguindo esta analogia é evidente que todos os caminhos que levam da “aleatoriedade da mutação” para o surgimento de uma nova espécie (e nós) podem ser compreendidos como o Propósito de Deus na criação. Há inúmeros agentes biológicos, físicos, geológicos e climáticos que controlam todo o processo. Deus que é onisciente certamente sabe que fim levará sua criação e não precisa interferir desnecessariamente criando olhos aqui, asas acolá.
É gratificante notar também que o estudo do universo pode proporcionar sentimentos que são moralmente aceitáveis, como a empatia e humildade. Bertrand Russell já tinha afirmado isso: 



Neste artigo é defendido:

"[...] Neste sentido, a teologia busca restituir o simbolismo exegético do relato da criação para propor o cuidado pelo Cosmos, na qual o ser humano não é dono e sim criatura verdadeiramente livre e responsável pelo mesmo."
A astronomia aliada à teologia pode instituir uma base filosófica assim, por exemplo, ao ambientalismo. Pois, ao estudar o universo, estaremos em contato direto com ele, e isso é fundamental, por que, quem não conhece a natureza, não aprende a defende-la. Fazendo isso, iremos estar alimentando os sentimentos descrito acima, a perspectiva teológica e astronômica de que não somos superior a criação, passaremos a respeita-la. 
A poluição do planeta é apenas um reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhares de indivíduos inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si. 
O Poder do Agora, Pág. 80 de Eckhart Tolle 
O niilista não é necessário para um mundo que já sofre.

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